Em 24 de julho de 1918 nasceu, no Rio de Janeiro, Antonio Candido de Mello e Souza. Apesar de ter nascido no Rio, sua formação inicial se dá em Poços de Caldas. Mais mineiro que fluminense, inclusive no trato pessoal e na calmaria da pessoa, Antonio Candido foi um dos nossos maiores críticos literários. Inicia pela sociologia, com pesquisa de campo sobre a vida caipira no interior de São Paulo: Os parceiros do Rio Bonito. Após, muda seu viés e estuda a vida intelectual nacional, já na efervescência dos anos 1940, a partir da literatura. Fez críticas literárias pontuais e precisas em jornais da época. Depois, como professor na USP, no final da década e início da seguinte, entra de cabeça no seu maior empreendimento: Formação da literatura brasileira: momentos decisivos, que deveria ficar pronta no final da década de 1940, mas somente é publicada em 1959. A curiosidade da Formação é que pediram para Mario de Andrade escrever. Mario indicou Candido, dizendo que ele seria a pessoa adequada.
Entre diversos outros ensaios, livros, críticas e etc., destacam-se duas coisas: 1. O método, a Dialética, baseada em Lukács e Adorno – veja-se, por exemplo, o fabuloso ensaio A passagem do 2 ao 3; e, 2. O ensaio mais famoso e lido de Candido, Dialética da malandragem, na qual analisa as Memórias de um sargento de milícias.
Candido sempre foi um entusiasta de um humanismo socialista. Nunca deixou de lado a necessidade de transformações, ainda que não fosse um radical, para uma sociedade livre e realmente humana.
Viva Antonio Candido. Viva a sensibilidade e a fruição que pela literatura via as brechas para a transformação do mundo.