No dia 3 de setembro de 1938 aconteceu, em Paris, o congresso de fundação da IV Internacional. Participaram 10 seções (URSS, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Polônia, Itália, Grécia, Holanda, Bélgica e Estados Unidos) e um delegado representando a América Latina, o brasileiro Mário Pedrosa.
O contexto não era favorável para a construção de uma nova internacional. O fascismo estava em ascensão. A possibilidade de uma nova guerra mundial crescia a cada dia. O aparato stalinista ainda gozava de grande prestígio entre as massas exploradas e oprimidas, ao mesmo tempo em que desencadeava uma brutal ofensiva contra seus opositores (que teve como ponto alto os famigerados “Processos de Moscou”).
Mesmo assim, Leon Trotsky e a maior parte da Liga Comunista Internacionalista (dissidência de esquerda da III Internacional) levaram adiante o movimento pela construção da IV Internacional. Consideravam, com razão, que a existência de uma organização internacional é importante também em períodos de refluxo da luta de classes, de modo a manter viva a memória dos aprendizados da classe (continuidade do programa revolucionário) e acumular forças para atuar nos períodos mais favoráveis. Além disso, acreditavam que a guerra seria seguida de uma onda revolucionária (que, de fato, ocorreu).
O principal documento aprovado foi o “Programa de Transição”. A versão final da proposta de Estatuto não pode ser votada, pois estava com Rudolf Klement, militante responsável pela organização do congresso que foi assassinado poucos dias antes da realização do mesmo pela GPU stalinista.
Após a II Guerra Mundial, fragilizada pelo assassinato de seus mais experimentados dirigentes – entre eles, Trotsky -, confrontada com novas questões e pressionada pelo fortalecimento do aparato stalinista, a Internacional entrou em crise. Abriu-se um processo, com idas e vindas, de divisões. Passados 82 anos, várias correntes continuam a reivindicar o seu legado.