Busca pela formação política de base — 5 anos de refundação do Núcleo PSOL Zona Sul

Nós professoras, professores, funcionários públicos, estudantes e trabalhadores em geral da Zona Sul de São Paulo, temos tentado nestes anos, esforços para promover a formação política de base.

Os encontros foram organizados por meio da roda de conversa e de leitura, buscando o diálogo horizontal, a itinerância dos locais para disseminar e nos aproximarmos das bases, refletir sobre as formulações dos projetos de leis dos mandatos do PSOL na tentativa de ver praticado as inversões das políticas públicas, para que os mais vulneráveis tenham prioridade nos encaminhamentos e nas lutas.

Pensar sobre democracia radical como via importante dentro e fora do partido, transparência e busca por estratégias políticas que vão além do mais do mesmo, toma lá dá cá e da nova velha política de conchavos, apadrinhamento e ligações obscuras com o capital disfarçado nas parceiras com determinadas organizações e personalidades.

Nestas bases tentamos nos encontrar para debater temas como a “Redução da maioridade penal”, reflexões sobre o “Direito à Cidade: transporte coletivo e tarifa zero”, “Cem anos da Revolução Russa”, “Reafirmação da esquerda: reflexões sobre o socialismo e os enfrentamentos atuais”, “Feminismo e abolicionismo”, a atualidade do “Manifesto Comunista”, o resgate sobre as contribuições de “Paulo Freire” para a educação brasileira, a busca por diálogos com nossos mandatos municipais e estaduais, a aproximação e apoio aos movimentos de moradias e estudantis, até a proposição de uma candidatura coletiva a partir deste núcleo — quase sem apoio, contando apenas com os integrantes, amigos e parentes, com poucos recursos e custos financeiros — ousamos dialogar por uma alternativa para a região. Essas proposições compuseram nossas escolhas e características nesta pequena trajetória.

A equidade entre as populações negra, indígena, branca amarela e estrangeira em nosso país, precisa ser um hábito em nosso partido. Os esforços para as paridades em diversos setores sociais, entre mulheres e LGBT’s, por exemplo, precisam ser hábito entre nós, assim nos apresentaremos como socialistas de fato e a base que não vivencia isso irá perceber nosso exemplo e poderão enxergar em nosso partido a via alternativa promotora de outra política: nem a velha carcomida nem a nova enrustida que enganam e mantém nosso povo na penúria.

As correntes políticas são importantes, os mandatos são necessários, os setoriais, os diretórios e os cargos são importantes mas não são mais importantes que a classe, assim devem ser socializados na raiz, para isso precisamos nos reinventar, baixar as armas e cessar o fogo-amigo para criar formas inteligentes de alternâncias das nossas lideranças. Para isso é preciso construir juntos as estratégias e não ficar a mercê de lutas intermitentes eleitorais internas e gerais. Nossos quadros precisam representar a nossa vontade coletiva e não acordos pelo pequeno poder ou manutenção de mandatários.

Somos um partido ainda em crescimento, ainda pequeno e com bons quadros, porém precisamos nos ver e nos conhecer bem, para realmente construir um partido que seja um instrumento de luta e não achando que o partido é a centralidade da luta, precisamos da generosidade e da solidariedade libertária que nos une enquanto humanidade.

Se estes princípios parecem ser genéricos, inocentes ou utópicos é porque as problemáticas noções de direita e esquerda já estão invertidas e escassas não apenas para nossos inimigos, grupos apolíticos ou despolitizados, além das pessoas comuns que são tolhidas de exercer reflexões sobre o social, mas já estão confusas entre nós socialistas que nos deixamos levar pelas ondas perigosas do imediatismo e da ganância pelo poder. Não fazemos a luta como precisa ser feita, olhos nos olhos e ombro a ombro na classe trabalhadora.

Assim primamos a promoção da coletividade em detrimento ao personalismo egoísta. Tentamos contribuir para a construção de um partido da classe trabalhadora, da população brasileira e de todas as pessoas que lutam pela justiça social, pela liberdade e pelo socialismo.

Precisamos ter coragem, não temer o que somos e o que defendemos, socialismo e liberdade são nossos nomes, nossas ideias e devem ser nossas ações, desta forma, a nossa tarefa é árdua, pois é necessário pensar uma política, que não seja a velha e nem a nova, mas uma outra política possível.

Núcleo PSOL Zona Sul — SP

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