Newsletter 05 de dezembro de 2023 – Palestina Livre

As ‘zonas seguras’ que o exército israelense afirma existir no sul de Gaza são uma ‘narrativa falsa e perigosa’. A única segurança em Gaza agora é que o inferno pare de chover do céu”.

Palestina Livre, do rio ao mar!


Newsletter 5 de dezembro de 2023

Embaixada do Estado da Palestina no Uruguai

🔴 BOLETIM DIÁRIO SOBRE A SITUAÇÃO NO TERRENO 🔴

Hoje marca o quinto dia desde a retomada da agressão e bombardeios genocidas israelenses contra a já sitiada Faixa de Gaza, agora pelo 60º dia, após o término da “trégua humanitária” temporária que durou apenas uma semana.

🔳 Após uma noite de intensos bombardeios israelenses, descritos como um dos mais violentos até agora. A magnitude dos danos e das vítimas ainda não está totalmente clara, pois o acesso a muitas áreas-alvo permanece limitado devido à presença de tanques israelenses. A crise atual em Gaza está levando à erradicação dos direitos das crianças causada pelo bloqueio liderado por Israel e pelas mudanças climáticas, segundo a Save The Children.

Num balanço não definitivo, com base nos corpos que chegam aos hospitais, a agressão da ocupação israelense contra nosso povo em Gaza e na Cisjordânia já resultou em 16.060 mortos e 44.100 feridos desde 7 de outubro.

⚠ NÚMEROS E DADOS ATUALIZADOS

Faixa de Gaza: Mais de 15.800 mortos e mais de 40.900 feridos.

Cisjordânia: 260 mortos e mais de 3.200 feridos.

🔴 6.150 crianças mortas.

🔴 4.000 mulheres e 695 idosos mortos.

🔴 7.000 desaparecidos, incluindo 4.700 crianças.

🔴 1.8 milhão de deslocados, sendo 15% deles portadores de deficiência.

🔴 250 membros da equipe de saúde mortos.

🔴 25 membros da Defesa Civil e Resgate mortos.

🔴 67 jornalistas mortos.

🔴 50 instalações da UNRWA destruídas.

🔴 60% das unidades habitacionais destruídas.

🔳 No quinto dia após a “trégua humanitária”:

👉 O número de mortos aumenta desde o fim da trégua. Fontes médicas anunciaram que pelo menos 108 pessoas foram mortas, e dezenas de feridos chegaram ao hospital Kamal Adwan. Houve também um corte de eletricidade no hospital devido à presença de mais de 7.000 deslocados em seu interior, e os equipamentos médicos não puderam realizar nenhuma operação cirúrgica. Além disso, 40 palestinos foram mortos e dezenas ficaram feridos como resultado dos ataques israelenses à cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. Outros 10 foram mortos em um bombardeio israelense que visava uma casa no campo de Nuseirat, no centro da Faixa.

👉 Um alto comandante israelense relatou que as forças israelenses estiveram envolvidas no dia de combates “mais intenso” desde o início da invasão terrestre de Gaza.

👉 Tanques israelenses estão cercando o hospital Kamal Adwan e atacando seus arredores, uma das últimas instalações de saúde operacionais no norte.

👉 A situação em Gaza “está piorando a cada hora”, diz Richard Peeperkorn, representante da OMS no território palestino ocupado.

👉 Israel destrói uma mesquita em Khan Yunis, bombardeia uma escola e ataca o centro e o sul de Gaza.

👉 Vários cidadãos foram mortos e outros ficaram feridos, esta tarde, em um bombardeio realizado por aviões de ocupação israelenses contra residências de cidadãos no centro da Faixa de Gaza e a leste da cidade de Gaza.

🔳 Antony Blinken/Secretário de Estado dos EUA: “Hoje, anunciei uma nova política de restrição de vistos destinada a pessoas e seus familiares envolvidos ou que contribuem significativamente para ações que minam a paz, a segurança e a estabilidade na Cisjordânia. A violência contra civis continuará tendo consequências.”

🔳 Ministro de Assuntos Exteriores da Jordânia, Ayman Al-Safadi: “Conversei com o Ministro das Relações Exteriores da UE, Josep Borrell, e o norueguês, Espen Barth Eide, sobre a desumana agressão israelense a Gaza. Este genocídio deve terminar. O mundo está permitindo que o governo israelense tome 2,3 milhões de habitantes de Gaza como reféns de sua guerra e agenda vingativa, racista, supremacista e colonial. Todos pagarão o preço.”

👉 Lara Friedman/ Presidenta da Fundação para a Paz no Oriente Médio: “As mortes em massa de palestinos por fome e doenças são uma característica, não um erro, da guerra de Israel contra Gaza.”

👉 Lynn Hastings/Coordenadora Humanitaria para o Território Palestino Ocupado: “As operações militares israelenses se expandiram para o sul de Gaza, forçando dezenas de milhares de pessoas a se deslocarem para espaços cada vez mais apertados, desesperadas por encontrar comida, água, abrigo e segurança. Nenhum lugar é seguro em Gaza, e não há mais para onde ir. As condições necessárias para entregar ajuda ao povo de Gaza não existem. Se nada mudar, pode estar se desenhando um cenário ainda mais infernal, no qual as operações humanitárias talvez não possam responder. O que vemos hoje são abrigos sem capacidade, um sistema de saúde de joelhos, falta de água potável, saneamento inadequado e nutrição deficiente para pessoas que já estão mental e fisicamente exaustas: uma fórmula de livro-texto para epidemias e um desastre de saúde pública.”

👉 James Elder/UNICEF: “As ‘zonas seguras’ que o exército israelense afirma existir no sul de Gaza são uma ‘narrativa falsa e perigosa’. A única segurança em Gaza agora é que o inferno pare de chover do céu”.

👉 Jan Egeland/Secretário Geral do Conselho Norueguês para os Refugiados: “A pulverização de Gaza agora está entre os piores ataques a qualquer população civil em nosso tempo. A cada dia vemos mais crianças mortas e novas profundezas de sofrimento para as pessoas inocentes que padecem neste inferno.”

👉 Phillipe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA: “Entre inúmeros civis, mulheres e crianças nesta guerra, também foi confirmada a morte de 130 colegas da UNRWA. Ninguém escapa, uma tragédia humana devastadora e interminável.”

🔳 OMS:

👉 Mais uma vez, nenhum lugar é seguro em Gaza.

👉 Reiteramos nosso apelo a Israel para que adote todas as medidas possíveis para proteger civis e infraestruturas civis, incluindo hospitais, de acordo com as leis da guerra. Vimos o que aconteceu no norte de Gaza. Este não pode ser o modelo para o sul.

👉 Gaza não pode se dar ao luxo de perder outro hospital enquanto as necessidades de saúde continuam aumentando.

👉 À medida que mais civis no sul de Gaza recebem ordens de evacuação imediata e são forçados a se mudar, mais pessoas se concentram em áreas menores, enquanto os hospitais restantes nessas áreas funcionam sem combustível suficiente, medicamentos, alimentos, água ou proteção para o pessoal de saúde.

👉 É provável que a intensificação das operações militares terrestres no sul de Gaza, especialmente em Khan Younis, deixe milhares de pessoas sem acesso a cuidados médicos. Em uma visita recente ao Complexo Médico Nasser em Khan Younis, a equipe da OMS descreveu a situação como catastrófica, com o prédio e os terrenos do hospital extremamente lotados de pacientes e pessoas deslocadas em busca de abrigo.

👉 A única solução viável é um cessar-fogo sustentado.

🔳 O Wall Street Journal citou líderes americanos dizendo que Israel está considerando inundar túneis em Gaza com água do mar. No mês passado, o exército israelense instalou grandes bombas ao norte do campo de refugiados de al-Shati em Gaza, segundo o relatório. O relatório afirmava que as bombas poderiam retirar água do Mar Mediterrâneo e inundar os túneis em semanas, mas ameaçariam o abastecimento de água de Gaza.

🔳 O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric:

👉 “O que a retomada dos combates fez foi levar de volta às matanças de civis, como acontece com pessoas que são mortas com suas famílias, em suas casas enquanto buscam abrigo, dormem ou comem.”

👉 “Vemos que um amplo setor da população de Gaza, civis, acadêmicos distintos, jornalistas e pessoal da ONU, todos estão sendo mortos em Gaza, e por esta razão queremos renovar nosso apelo por um cessar-fogo humanitário.”

👉 “O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, está profundamente preocupado com a retomada das hostilidades, a retomada das operações terrestres israelenses e os ataques aéreos no sul de Gaza.”

👉 “Chamamos novamente, em privado e em público, as forças israelenses a evitar novas medidas que poderiam agravar a já catastrófica situação humanitária.”

👉 “Continuamos profundamente preocupados com o que estamos testemunhando na Cisjordânia em termos da intensificação das operações israelenses e da escalada da violência dos colonos, que provocou um aumento no número de mortes e detenções.”

🔳 A Câmara Municipal de Dublin, na Irlanda, aprovou por unanimidade uma proposta para hastear a bandeira palestina no prédio municipal durante uma semana em solidariedade à população da Faixa de Gaza.

⚠ CISJORDÂNIA E JERUSALÉM:

🔳 Hoje, terça-feira, as forças de ocupação israelenses arrancaram dezenas de oliveiras de propriedade privada palestina na cidade de Nahalin, a oeste de Belém.

🔳 As forças de ocupação prenderam hoje 3 palestinos, incluindo uma mulher de Ramallah, 11 de Hebron, 39 de diferentes províncias na Cisjordânia Ocupada, e 2 jovens de Jerusalém.

🔳 4 palestinos foram feridos pela ocupação israelense durante confrontos com as forças de ocupação em Belém, enquanto outros 12, incluindo trabalhadores de Gaza, foram detidos.

🔳 As forças de ocupação israelenses demoliram uma residência pertencente a Jamal Idris na localidade de Beit Hanina, em Jerusalém ocupada, sem permitir que seus residentes retirassem qualquer móvel. A residência consistia em 3 apartamentos com uma área de 280 metros quadrados e era habitada por 13 cidadãos, que agora estão desabrigados. Os apartamentos foram construídos cerca de 12 anos atrás.

🔳 A Comissão para Assuntos de Prisioneiros: as autoridades de ocupação israelenses transformaram suas prisões em “cemitérios vivos”. As celas são alvo de batidas quase diárias, durante as quais os soldados atacam os detidos com bastões e pistolas, lançam gases venenosos e usam balas de borracha. Os soldados israelenses dentro das seções da prisão espancam deliberadamente os detidos com violência, negligenciam deliberadamente suas feridas e os deixam intencionalmente sem tratamento. Atualmente, as autoridades detêm cerca de 7.800 detidos em suas prisões, incluindo 166 crianças, 33 mulheres e 2.873 detidos administrativos.”

Embaixada do Estado da Palestina no Uruguai


Tradução: Marino Mondek


Você pode acessar o documento em espanhol aqui:

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Um comentário sobre “Newsletter 05 de dezembro de 2023 – Palestina Livre

  • 6 de dezembro de 2023 at 8:35 am
    Permalink

    Todos os governos “sentem muito”, mas não fazem nada para deter este massacre. São cúmplices do governo de Israel em sua sanha assassina. Assistem a tudo “escandalizados”, mas permanecem acovardados. Como faz falta a consciência de classe, que faria as multidões reconhecerem a cumplicidade de seus governos com a barbárie e os obrigar a agir!

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