O PCB e a luta de classes no Brasil

Aos Partidos Comunistas e Operários!

Camaradas,

A cena política brasileira, depois do fim do governo de extrema direita de Bolsonaro, tem sido marcada por uma luta sem trégua pelas liberdades democráticas, pelo combate ao neofascismo e pela afirmação das bandeiras de luta das forças proletárias e populares.

O governo Lula é um governo de conciliação de classes, e sua conformação política atual indica um pacto político ainda mais rebaixado do que o pacto dos governos petistas anteriores, com celebrações às claras de acordos parlamentares com os setores mais fisiológicos da direita liberal para implementar um programa econômico essencialmente neoliberal com algumas políticas compensatórias.

O PCB, partido com longa história na luta de classes, se mantém no papel de operador político da classe trabalhadora, participando de todas as iniciativas no sentido da sua reorganização e no enfrentamento à extrema direita e às hordas neofascistas. Defendemos, no plano tático, referendos revogatórios para reestatizar empresas estratégicas, a exemplo da Eletrobrás e Petrobrás, e revogar contrarreformas (previdenciária, trabalhista, educacional) que precarizaram ainda mais as condições de trabalho.

Existe também no Brasil um conjunto de normas que foram colocadas em funcionamento pelo governo Bolsonaro para regular a vida social, que ainda não foram desarticuladas. O governo Lula se mantém nos marcos repetidos da conciliação de classes e sem nenhuma convocação às massas populares para enfrentar as forças da direita no processo político brasileiro.

Por outro lado, em um momento de crise do capital e de dificuldade de avanços mais robustos no enfrentamento na luta de classes, surgem ações centradas nas redes sociais (Twitter, You Tube, Instagram, dentre outras), marcadas por mecanismos seletivos de contágio virtual, que contribuem para uma apreensão um tanto distorcida da realidade, dando a entender um protagonismo inexistente no mundo do trabalho e da luta de classes, enquanto seus promotores obtêm benefícios financeiros. Hoje enfrentamos oportunistas que procuram raptar a história de partidos revolucionários e dos movimentos de luta da nossa classe, valendo-se para isso de tais ações.

O PCB, fundado em 1922, que já enfrentou em diversos momentos da história política brasileira grupos oportunistas, fracionistas e liquidacionistas, presencia, agora, o surgimento de um grupo fracionista composto pelos derrotados do XVI congresso, ocorrido em 2021. Esse grupo reivindicou o direito à polêmica pública, que na prática é o direito à constituição de tendência dentro de um partido marxista-leninista, ferindo o centralismo democrático. Além disso, esse grupo fracionista quer permitir a participação de não-militantes e de pessoas de fora do partido em um próximo congresso. Não podemos deixar de registrar que o grupo liquidacionista que tentou destruir o PCB, em 1992, operou dessa mesma forma.

Inconformados com a derrota no XVI congresso, e com articulações informais internacionais com movimentos políticos do MCI, esses fracionistas, juntamente com o ex secretário-geral Ivan Pinheiro, não se submeteram às decisões da maioria esmagadora da militância representada no congresso. Agiram por fora das instâncias partidárias e, quando advertidos, não tiveram a dignidade de fazer autocrítica e foram para as redes de comunicação da burguesia para destilar mentiras e propor a formação de uma nova organização.

Trata-se de uma ação personalista, antileninista, de caráter pequeno-burguês e liquidacionista. A maior parte dos nossos militantes, a imensa maioria de nossa base operária e sindical, a juventude comprometida com nossa luta revolucionária, estão com a direção do PCB e as decisões tomadas em nosso XVI Congresso.

Nosso partido continuará onde sempre esteve, ao lado da classe trabalhadora, dos movimentos de luta contra as opressões da forma capitalista de sociabilidade e em defesa da revolução brasileira. Nossa tática política é subordinada à estratégia socialista. Este partido que passou 56 anos na clandestinidade, que teve centenas de militantes assassinados no século XX, é um operador revolucionário, inimigo da burguesia e sujeito coletivo das transformações radicais que o Brasil precisa enfrentar.

Cabem, nesse momento, algumas perguntas que marcarão a história do movimento revolucionário no Brasil:

A quem interessa tentar rachar o PCB?

A quem interessa enfraquecer os comunistas brasileiros/as?

O PCB seguirá, como há 101 anos, em sua estratégia revolucionária em defesa do internacionalismo proletário e rumo ao comunismo.

Fomos, somos e seremos comunistas!

Brasil, 17 de agosto de 2023

Comitê Central do PCB


Este texto não passou pela revisão ortográfica da equipe do Contrapoder.

Publicado originalmente em: https://pcb.org.br/portal2/30748

Um comentário sobre “O PCB e a luta de classes no Brasil

  • 8 de setembro de 2023 at 9:58 pm
    Permalink

    Porque não admite ser colateral da direção PCB na mídia?

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