Em 1 de setembro de 1939 a Alemanha nazista invadiu a Polônia, fato que obrigou França e Inglaterra a declarar guerra à Alemanha. Essa data é considerada o marco do início da Segunda Guerra Mundial, que teve a participação direta e indireta da maior parte das nações do mundo.
Apesar de essa data ser o marco do início da guerra, é importante lembrar que a mesma tem raízes no século XIX, nas disputas imperialistas por território e influência na África e Ásia. Foi a rivalidade crescente entre as principais potências econômicas mundiais (onde crescia um nacionalismo exacerbado) por mercados consumidores, matéria-prima como ferro e carvão, e mão de obra barata, que levou a termo as duas guerras mundiais no início do século XX.
O historiador marxista Eric Hobsbawm, em sua obra “A era dos Extremos, o breve século XX”, mostra como o período de “falsa paz” do século XIX gerou os distúrbios entre as nações imperialistas que eclodiram nas duas grandes guerras e os milhões de mortos.
Importante também ressaltar que, antes daquele 1º de setembro, diversos conflitos aconteciam pelo mundo: a Itália de Mussolini invadiu a Etiópia em 1935; o general espanhol Francisco Franco, com apoio de alemães e italianos, tomava o poder espanhol, o que levou a uma guerra civil no país que durou de 1936-1939; o Japão invadiu a China em 1937, e depois invadiria a Mongólia e um pedaço da URSS em 1938; a Alemanha nazista já havia ocupado a Áustria (1938) e a Tchecoslováquia (1939).
A Segunda Grande Guerra teve perdas imensuráveis: estima-se que morreram entre 70 e 85 milhões de pessoas em razão da guerra, das quais em torno de 55 milhões eram civis. Calcula-se que o genocídio judeu protagonizado pelos nazistas tenha feito 6 milhões de mortos. A “solução final” nazista também fez vítimas de outros grupos, como ciganos, comunistas, homossexuais, Testemunhas de Jeová, assim como deficientes físicos e mentais.
Rememorar as mortes e os traumas desse e de outros acontecimentos do passado é um ato político de combate ao esquecimento e apagamento da história daqueles que foram oprimidos. Rememorar é não deixar esquecer que foi em nome do lucro, do poder, capitaneado pelo fascismo, mas também pelo imperialismo, que esses milhões de pessoas foram mortas.
Por: Pedro Cristiano de Azevedo, para Contrapoder
Pedro é mestre e professor de história