A educação se levanta e segue a luta contra o Novo Ensino Médio

Os primeiros meses do Governo Lula-Alckmin já demonstraram os limites e debilidades da Frente Ampla para apaziguar a grave crise social e conquistar e ampliar direitos aos de baixo. O programa econômico de ajuste fiscal permanece: o Arcabouço Fiscal é a fórmula neoliberal que aprisiona investimentos sociais para manter a remuneração da criminosa Dívida Pública e o enriquecimento dos banqueiros. É neste contexto que a luta pela revogação do Novo Ensino Médio e da BNCC não encontra eco no Governo Federal, que busca adequações pontuais em detrimento da revogação necessária. 

Nesta conjuntura, é necessário ligar a necessidade da Revogação do NEM e da BNCC às pautas salariais regionais de greves de professores das redes estaduais de educação que eclodiram ou começaram a eclodir no Rio Grande do Norte, no Pará, no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, entre outros. É essa articulação na luta de classes que irá propiciar um levante da educação para reforçar a luta pela revogação do NEM e encurralar o empresariado da educação e o MEC.

No Distrito Federal, o Governo Ibaneis Rocha (MDB) utiliza cortes de pontos e salários para enfrentar os professores da rede estadual que estão em greve desde 4 de maio, com mobilizações de milhares de docentes e técnicos em assembleias: o centro do furacão da luta de classes no país. No RJ, desde o dia 23 de maio, os professores se mantêm em greve com poderosas e massivas assembleias, com crescente adesão da categoria às paralisações, enfrentando o Governo Cláudio Castro (PL), em defesa dos reajustes salariais para professores e técnicos.

Por cima das entidades sindicais burocratizadas, os professores precisam não vacilar nos enfrentamentos e radicalizar nas mobilizações para encerrar a avalanche de precarização que o NEM proporciona. Somente ligando as várias lutas que estão em curso e promovendo uma poderosa Greve Nacional da Educação será possível impedir a continuidade do Novo Ensino Médio.

Trabalhadores da educação e o movimento estudantil universitário e secundarista precisam forjar alianças na luta por direitos e pela revogação do Novo Ensino Médio. É necessário cobrar as entidades representativas dos movimentos e superar a inércia burocrática. Unindo as várias lutas em curso e promovendo uma Greve Nacional, poderemos impedir a continuidade do Novo Ensino Médio e acabar de uma vez por todas com o modelo arquitetado pela burguesia para a educação brasileira.

Modesto Neto

Modesto Neto é historiador, mestre em Ciências Sociais pela UFRN, Professor da E. E. Juscelino Kubitschek em Açu (RN) e Direção Nacional da Revolução Socialista-PSOL

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