Texto escrito por Danilo Bianchi e Diego Vitello 1
A candidatura de Guilherme Boulos e da Frente PSOL-PCB-UP em São Paulo avança a cada pesquisa, nas ruas e nas redes. Fica evidente que um setor do eleitorado paulistano não quer dar o voto a nenhum candidato apoiado por Bolsonaro ou Doria e, por isso, pela esquerda, se postula uma nova alternativa, de quem esteve nas ruas contra a retirada de direitos e nunca governou praticando ajuste fiscal e corrupção.
Em São Paulo, a rejeição a Bolsonaro é maior do que a média no resto do país, retrato da política de austeridade levada a cabo pelo governo federal contra os pobres e os trabalhadores. Esse desgaste também é fruto das relações espúrias do presidente com os velhos partidos e políticos das negociatas e da corrupção, inclusive com as diversas suspeitas envolvendo seus filhos e familiares.
Russomanno segue querendo se vincular o máximo a Bolsonaro e expressar eleitoralmente o voto da extrema direita. Porém, está cada vez mais evidente a hipocrisia do seu discurso. Por exemplo, votou contra a continuidade do auxílio emergencial, mas fala em programa de renda em SP. Por isso, também têm caído as intenções de voto em Russomanno.
A candidatura de Bruno Covas foi atravessada por escândalos envolvendo seu vice, Ricardo Nunes (MDB), nos últimos dias. Vazou à imprensa uma acusação de 2011 por agressão à ex-mulher. Covas, defensivo, falou que o próprio vice deveria explicar o fato, o que até agora não foi feito. Na mesma semana, outro escândalo: Ricardo Nunes é acusado de ser um dos comandantes de um esquema de corrupção para contratação pela prefeitura de creches vinculadas a ele mesmo e a membros de seu grupo político. O esquema geraria milhões em desvios de verbas públicas via superfaturamento.
Por isso, é muito importante o papel que vem cumprindo a campanha de Boulos e da Frente PSOL-PCB-UP, fazendo o combate necessário contra os principais responsáveis pela crescente tormenta em que vivem os trabalhadores paulistanos: Bolsonaro e Doria.
Márcio França, PT e PCdoB não são alternativas
Existem outras candidaturas que tentam se postular enquanto alternativa ao PSDB e a Bolsonaro na cidade. Márcio França, que recentemente flertou com o bolsonarismo e tem nas costas o histórico de governar com os tucanos, aplicando ajuste e aliado a setores reacionários, não consegue crescer e se mantém atrás da candidatura do PSOL.
As candidaturas do PT e do PCdoB também não conseguem emplacar. O PT, que historicamente possui força em São Paulo, hoje amarga números pífios nas pesquisas, o que retrata o desgaste de já ter governado o país e a capital paulista sem resolver os principais problemas da população e da classe trabalhadora.
Direção do PT abre debate para retirar Tatto e apoiar Boulos
No dia 15 de outubro, saiu na imprensa a possibilidade do PT desistir da candidatura de Jilmar Tatto para apoiar Guilherme Boulos. O fato pode parecer positivo para uma parte significativa do ativismo de São Paulo mas, em nossa concepção, traz consigo uma série de problemas que podem inviabilizar a necessária derrota de Bolsonaro e Covas e uma verdadeira vitória para os trabalhadores e o povo de São Paulo.
A intenção da direção do PT em embarcar na campanha de Boulos será a de moderar e domesticar suas propostas. Por isso, é muito importante fazermos um balanço crítico da prefeitura de Haddad, que reprimiu a luta por moradia, os protestos contra o aumento da tarifa e se aliou a empresários da especulação imobiliária e dos transportes. Também precisamos olhar para os governos do PT, como na Bahia e no Ceará, onde aplicaram ataques como a reforma da previdência e flexibilizaram a quarentena para agradar a patronal.
Por isso, é fundamental que a candidatura de Boulos se postule com uma política independente, sem ceder às ilusões da conciliação de classes, governando para o povo trabalhador e enfrentando os interesses do grande empresariado. Algo muito distinto do que foram e são governos encabeçados pelo PT nas últimas duas décadas.
Atividade com Boulos e Giannazi em defesa da educação.
A campanha de Boulos e do PSOL vem entusiasmando a militância, que também está se engajando para reeleger o vereador Celso Giannazi, parlamentar de luta que exerce um mandato exemplar. No último dia 13/10, aconteceu a atividade “Educadores com Boulos e Giannazi”, na zona sul. O evento contou com a presença de aproximadamente 80 militantes e expressou a forte luta da educação contra o retorno às aulas sem vacina.
Nós, da CST, estivemos presentes e expressamos a necessidade de fortalecer a campanha do PSOL, para reeleger Celso Giannazi e colocar Boulos no segundo turno. Defendemos que apenas a candidatura do PSOL, com o PCB, a UP e o MTST, tem capacidade de ser alternativa pela esquerda, com a coerência de quem nunca governou atacando os trabalhadores.
Mais de 450 metroviários assinam manifesto em apoio à candidatura de Boulos
Os metroviários de São Paulo lutaram muito nos últimos anos. Nessas eleições, grande parte da categoria tem buscado um voto para derrotar o tucanato e também para combater o bolsonarismo, ambos aliados da retirada de direitos dos trabalhadores e das privatizações. Nós, da CST, a partir da linha verde, fomos parte da construção do manifesto em apoio à candidatura de Boulos, que já ultrapassou 450 assinaturas e segue crescendo diariamente.