Dia 20 de setembro está marcada a greve mundial pelo clima para alertar a humanidade sobre os perigos do aquecimento global e das mudanças climáticas nas condições físico-químicas e biológicas necessárias à continuidade da vida humana e de outras espécies no planeta Terra.
Devido ao alto grau de degradação ambiental imposto pelo desenvolvimento acelerado das forças produtivas no sistema capitalista, esta é uma questão que se coloca cada vez mais, principalmente para a juventude que herdará um planeta desestabilizado.
Não por acaso, este movimento surgiu por iniciativa de uma jovem sueca de 16 anos, Greta Thunberg, que em 2018, após um tórrido verão com grandes incêndios na Suécia, passou a faltar à escola para protestar diariamente em frente ao parlamento, em atos denominados “greve de aulas pelo clima”, que depois se firmaram às sextas-feiras, tornando-se mundialmente conhecidos como “Fridays for future”. A pauta era que o governo diminuísse as emissões de carbono, respeitando o “Acordo de Paris”, denunciando os perigos do aquecimento global e a necessidade de medidas urgentes para reverter o processo acelerado das mudanças climáticas.
A partir daí várias manifestações lideradas por jovens se espalharam pela Europa e pelo mundo desencadeando um processo de mobilizações que veio a desembocar nesta greve mundial pelo clima do dia 20 de setembro.
Nosso desafio enquanto militantes e ativistas da causa socioambiental é dar suporte e apoio a esta juventude que se levanta contra a deterioração das condições ecossistêmicas necessárias para a continuidade da vida em nosso planeta, sem cupulismos nem dirigismos arrogantes autoritários, mas sim incentivando a continuidade das ações para além do dia 20.09, pois o problema é estrutural, a solução não é simples, os interesses econômicos envolvidos são fortíssimos e o controle ideológico exercido pelos detentores do poder é brutal.
Teremos que melhorar muito nossa capacidade organizativa se quisermos ter alguma chance de sucesso no enfrentamento político que se faz necessário contra as forças destrutivas e negacionistas que controlam o poder e impedem a aplicação de medidas técnicas que poderiam ao menos mitigar o caos que se aproxima, como vemos com os incêndios florestais de grandes proporções e a crise hídrica provocando ora secas prolongadas, ora inundações devastadoras, entre outros fenômenos de catástrofes climáticas potencializadas pela ação humana irresponsável e criminosa em busca de lucros rápidos.
Não podemos vender falsas ilusões às novas gerações, o problema é gigantesco e o sistema capitalista é o principal inimigo a ser combatido, no entanto concepções produtivistas e desenvolvimentistas preconizadas por certos setores socialistas também precisam ser superadas para avançarmos na construção de uma sociedade socialista ecologicamente sustentável, ou seja, o ecossocialismo.
De minha parte, como militante do movimento ecossocialista no Estado de São Paulo, venho incentivando camaradas defensores dos animais, do veganismo, da agroecologia, da permacultura, entre outros, para a formação, tanto na capital quanto no interior, de grupos auto-organizados de base para estudar e agir em prol das lutas socioambientais locais e gerais, com comitês, núcleos, coletivos, setoriais, associações, sindicatos, partidos ou quaisquer outras formas criadas pela classe trabalhadora para juntar as pessoas e lutar pela destruição e superação do capitalismo, grande responsável pela aceleração e aprofundamento do processo de mudanças climáticas e aquecimento global, que colocam em risco a vida humana e de outras espécies em nosso planeta.
Por isso participamos e convidamos todas as pessoas para a greve global pelo clima em 20 de setembro, procurem informações sobre locais em suas respectivas cidades, em São Paulo o ato será no MASP às 16h, nos vemos lá!
Ecossocialismo ou Barbárie!