Marielle é gigante!

Seguir nas ruas para lutar por justiça!

Rosi Messias e Rana Agarriberri (Direção Nacional da CST-PSOL)

Quase dois anos após o terrível assassinato da companheira Marielle Franco, muitas perguntas seguem no ar: quem são os mandantes do crime e porque a vereadora foi brutalmente assassinada?

Esses questionamentos seguem latentes. A prisão de Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa não encerra o caso e é apenas a ponta do icerberg de um crime político cometido contra uma das vereadoras mais votadas do Rio de Janeiro.

Relação promíscua da família Bolsonaro com as milícias!

Os últimos fatos que envolvem o presidente da república precisam de investigação profunda e urgente. Élcio de Queiroz esteve no condomínio Vivendas da Barra algumas horas antes do crime e se encontrou com o outro suspeito, Ronnie Lessa. Há uma planilha manual na portaria do condomínio e dois depoimentos do porteiro do local, indicando que Élcio solicitou entrada para a residência do presidente Bolsonaro (a casa 58), mesma informação que consta no celular de Élcio apreendido pela polícia. No entanto, há informação conflitante no registro eletrônico, diferente do registro manual e do depoimento do porteiro, sendo que a perícia do MP foi realizada por meio de procedimentos questionados por profissionais da área e possui deficiências. Inclusive uma das Procuradoras pediu afastamento do caso, por reconhecida ligação ideológica com Bolsonaro.

Há ainda uma passagem aérea em nome do Presidente no dia 14/03/2019 voltando mais cedo para o Rio de Janeiro, segundo consta por conta de uma intoxicação alimentar. Esses fatos são graves e precisam ser investigados com celeridade.

Mas as conexões com a família Bolsonaro não param por aí. O ex-policial militar Élcio Queiroz visitou o condomínio onde mora Bolsonaro ao menos 12 vezes de janeiro a outubro de 2018. E ainda a filha do outro suspeito de atirar em Marielle morava perto da casa de Bolsonaro e já namorou um dos filhos do presidente. As relações políticas da família Bolsonaro, seu assessor Queiroz e do governo Witzel com as milícias do Rio de Janeiro, os deputados que protagonizaram a quebra da placa homenageando Marielle, as fotos com milicianos e homenagens na ALERJ a policiais envolvidos com a milícia, tudo isso tornam esse episódio ainda mais inaceitável.

Por uma investigação independente!

É preciso ampla investigação de tudo e de todos. O papel do STF deveria ser o de autorizar a continuidade das investigações sobre Bolsonaro. E todos os áudios, imagens do circuito interno do condomínio, planilhas manuais, arquivos de computador devem ser analisados seriamente e por uma perícia independente. É preciso suspender o sigilo bancário, fiscal, telefônico e eletrônico dos envolvidos, incluindo as autoridades que conversaram sobre o inquérito: Bolsonaro, Witzel, Tofolli, Aras e Moro. E as famílias de Marielle e de Anderson devem ter acesso aos inquéritos, pois até agora somente Bolsonaro e Witzel tiveram acesso que, segundo consta, deviam estar em segredo de justiça.

Mais do que nunca é necessário que uma comissão independente, formada pelos familiares de Marielle, a ABI, OAB, Anistia Internacional, Sindicatos, Centrais, o movimento negro, LGBT e feminista, Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, o PSOL, intelectuais, acompanhe as investigações.

Seguir nas ruas por justiça para Marielle!

Somente com a nossa mobilização vamos acabar com a impunidade aos mandantes dos assassinatos de Marielle e Anderson. Será preciso unificar as lutas num calendário único nacional e coordenar todas as pautas democráticas, econômicas, ambientais e sociais. Cabe as entidades dos movimentos sociais, direitos humanos e partidos de oposição e de esquerda construir os calendários de lutas e atos de rua para seguir exigindo justiça para Marielle e Anderson!

CST

Corrente Socialista de Trabalhadores e Trabalhadoras - PSOL

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