O longa metragem documental “Codinome Clemente” de Isa Albuquerque, contemplado com o prêmio ABRACCINE – da crítica brasileira, como um das melhores obras, de 2020, será o tema do próximo debate do Cineclube Sala Escura, no próximo dia 08 de Julho, às 20h, pelo canal do Youtube e no Facebook do Contrapoder.
Trata-se de uma cinebiografia sobre a trajetória do guerrilheiro Carlos Eugênio Paz, o Clemente, discípulo de Carlos Marighella e um dos últimos dirigentes da ALN – Ação Libertadora Nacional – uma das mais aguerridas organizações de resistência à ditadura militar, muito atuante entre os anos 60 – 70. Este é o terceiro longa-metragem da diretora Isa Albuquerque: “A geração dos anos 60 sempre me fascinou por seu inconformismo, por sua rebeldia contra as injustiças sociais e por sua crença no poder transformador do socialismo” – afirma. Carlos Eugênio Paz era uma verdadeira lenda da guerrilha urbana, pois, nunca foi preso, jamais foi torturado, apesar de ter sido ferozmente caçado pela polícia política, segundo afirma em seu depoimento no documentário, graças à rede de proteção de seus companheiros de clandestinidade.”
O Clemente foi um ícone de sua geração e merece seu lugar entre os protagonistas históricos, apesar de nem sempre ter sido compreendido – afirma a diretora- Através desta cinebiografia é possível compreender esse período tão conturbado da história recente.” Falecido em 29 de Junho de 2019, vitimado por um câncer de laringe, Carlos Eugênio era escritor e sempre manteve o próprio codinome de guerrilha e se definia como um revolucionário até o fim: “ A vida valeu porque a luta valeu a pena” – escreveu ele no prefácio de seu segundo livro: Nas Trilhas da ALN.
O filme será disponibilizado ao público, no YouTube da Contrapoder, entre as 18h do dia 7 de julho e as 22:59 do dia 8 de julho.
Sobre o debate:
O debate será dia 08 de Julho com a participação da cineasta Isa Albuquerque, Maria Cláudia Badan Ribeiro e Lúcia Monteiro.
Isa Albuquerque é diretora, produtora e roteirista. Realizadora de três longas metragens: “Codinome Clemente” (2019, cinebiografia sobre o guerrilheiro da ALN Carlos Eugênio Paz), “Ouro Negro – a saga do petróleo brasileiro” (2010, épico baseado em fatos reais) e ”Histórias do Olhar” (2003 – primeiro longa da diretora -, uma ficção de vidas cruzadas sobre o universo feminino).
Maria Cláudia Badan Ribeiro é historiadora, mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), pós-doutora pelo Instituto de Altos Estudos da América Latina (IHEAL-Sorbonne Nouvelle) e pelo Programa de Pós Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É autora do livro “Mulheres na luta armada: protagonismo feminino na ALN”, pela editora Alameda. Seus temas principais de pesquisa são: literatura de testemunho, ditadura militar, resistência armada no Brasil, exílio político, mulheres na resistência.
Reinaldo Cardenuto é professora adjunta do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense. Doutora em estudos cinematográficos pela Universidade Sorbonne Nouvelle Paris 3 e pela Universidade de São Paulo, realizou pesquisa de pós-doutorado sobre filmes de longa duração e sobre os problemas contemporâneos para o conceito de cinematografia nacional.
Sobre o filme:
CODINOME CLEMENTE
Longa metragem documental – 101 min
Direção, Roteiro e Produção – Isa Albuquerque
Direção de Fotografia – Katia Coelho
Montagem – Jordana Berg
Desenhos/arte – Gilberto Lefevre
Trilha Sonora – David Tygel e Fávia Ventura
Admiro a coragem dese grande patriota! Carlos Eugênio vive!